Polônia. Daniel de Pinho Botelho. JUL13
Primeiro foi reunir todos os certificados, cartas de recomendação e um pouco de ânimo pra superar a certeza que aquilo tudo não ia dar em nada. Mas deu.Enviados os formularios no ultimo dia, com a Polônia selecionada como primeira opção de destino, recebo, pouco tempo depois, uma ligação empolgada do Pinta (Rafael Bastos) me dizendo pra arrumar as malas que eu seria o primeiro enviado da CLEV-FASEH para um intercâmbio internacional. Eu não tinha me preparado para um “sim” e nem consegui retribuir toda empolgação no telefone. Só percebi o tamanho da experiência na volta pra casa.
Fiz o intercâmbio de pesquisa (SCORE) e, ao contrario do que pensei, não fiquei restrito à biblioteca. Fui, junto com duas estudantes polonesas, incumbido da coleta de dados para uma pesquisa do departamento de oftalmologia da Universidade de Szczecin. Examinamos os pacientes, montamos o banco de dados do projeto e participamos das reuniões da oftalmologia do hospital. Foi uma experiência única.
Ser intercambista pela CLEV é diferente dos outros intercâmbios culturais que podemos fazer durante a vida. O contato com estudantes de medicina do mundo todo nos dá um substrato importante para avaliar e julgar nossa formação. A troca de experiências é enorme e enriquecedora. Explicar para um monte de europeus - que nunca ouviram falar da Doença de Chagas - como é o ciclo da doença é impagável. Mais ainda é ver a cara de espanto deles sabendo que existem insetos causando tanto estrago abaixo do equador. O mundo é grande.
Tão boa quanto a possibilidade de aprendizado é a oportunidade de viajar e conhecer a cultura de um país na forma como os nativos vivem. É muito diferente da experiência de ser um turista passageiro. Fui parar numa cidade fora do grande eixo turístico da Polônia, onde nem todo mundo falava ingles. Cada ida ao supermercado, cada tentativa de comprar uma passagem na estação e até mesmo a dúvida de “em qual lixeira eu jogo essa gaze suja” eram exercícios diários de alfabetização. Histórias e amigos que vão ficar pra sempre.
Recomendo a experiência e indico a Polônia como uma opção surpreendente de destino.
Powodzenia!

